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Fome emocional: a inimiga da sua dieta

Atualizado: 20 de fev. de 2019


Esta é uma das principais razões pelas quais muitas dietas falham: comer por impulso sem ter fome. Muitas vezes, as pessoas recorrem à comida para aliviar o stress ou as emoções negativas, como a tristeza, a solidão ou o tédio. Fazer uma alimentação consciente pode ajudar a reduzir o impulso emocional que sabota a sua dieta e a recuperar o controlo sobre a comida e os sentimentos associados.


O que é a fome emocional?

A fome emocional (ou fome por stress) é comer para se sentir melhor, ou seja, comer para satisfazer as necessidades emocionais, em vez de comer para saciar a fome.

Recorrer ocasionalmente à comida como estimulante, recompensa ou celebração não é considerado um comportamento negativo, mas quando comer se torna o principal mecanismo utilizado para enfrentar as emoções negativas está a entrar num ciclo em que o foco não se centra no problema ou na solução.

A fome emocional não consegue ser saciada com comida. Comer pode fazê-lo sentir-se melhor no momento, mas os sentimentos que despertaram essa necessidade continuam presentes. E de seguida poderá sentir-se ainda pior, pois poderá sentir-se com remorsos de ter ingerido calorias desnecessárias.

Não importa o quão impotente se sinta em relação à comida ou aos seus sentimentos, é possível mudar positivamente. Pode encontrar maneiras saudáveis de gerir as suas emoções, aprender a alimentar-se de forma consciente, recuperar o controlo sobre o seu peso e, finalmente, parar de comer emocionalmente.


Diferenças entre fome emocional e fome física

A fome emocional pode ser facilmente confundida com fome física. No entanto, existem vários indícios que podem ajudá-lo a distinguir a fome física e da fome emocional.

A fome emocional surge de repente e parece ser esmagadora e urgente. A fome física aparece gradualmente. O impulso para comer não aparenta ser desejo nem exige a satisfação imediata, a não ser que já não coma à muitas horas.

A fome emocional causa desejo por alimentos específicos. Quando está com fome física quase tudo lhe soa bem, até mesmo alimentos saudável como vegetais. A fome emocional cria um desejo por comida processada ou snacks açucarados que providenciam uma satisfação imediata.

A fome emocional leva a comer de forma inconsciente. Antes de se aperceber, já devorou um pacote de batatas ou uma gulosice qualquer. Quando come em resposta à fome física está mais ciente do que ingere.

A fome emocional não é saciada mesmo quando está cheio. Quer mais e mais até se sentir mal disposto de tanto comer. A fome física não exige que esteja cheio. Sente-se satisfeito quando o estômago está cheio.

A fome emocional não está localizada no estômago. Em vez de ouvir a barriga a roncar ou de sentir uma pontada no estômago, sente que a sua fome é como um desejo, focado em sabores e cheiros, que não lhe saem da cabeça.

A fome emocional leva muitas vezes ao sentimento de arrependimento, culpa ou vergonha. Quando come para satisfazer a fome física, não se sente culpado ou envergonhado porque está simplesmente a responder às necessidades do seu corpo. Se se sentir culpado após ter comido é provável que saiba que no fundo não está a comer por motivos de necessidade nutricional.


O que desencadeia a fome emocional?

Que situações, locais ou sentimentos o fazem procurar conforto na comida? A maioria da fome emocional está ligada a sentimentos negativos, mas esta também pode ser desencadeada por emoções positivas, tal como recompensar-se por atingir um objetivo ou comemorar alguma data ou acontecimento especial. As causas mais comuns da fome emocional são:

Suprimir emoções – Comer pode ser uma forma de silenciar ou suprimir temporariamente emoções desconfortáveis, como raiva, medo, tristeza, ansiedade, solidão, ressentimento e vergonha. Enquanto se entope de comida, consegue ignorar as emoções negativas que preferiria não sentir.


Tédio ou solidão – Já comeu só para se entreter, para aliviar o tédio ou como forma de preencher um vazio na sua vida? No momento, isso enche-o e distrai-o de sentimentos subjacentes à falta de propósito e insatisfação com a vida.




Hábitos na infância – Pense nas memórias de infância que tem relacionadas com a comida. Recompensavam-no com gelados, pizzas ou doces quando alcançava um objetivo ou quando se sentia triste? Esses hábitos podem muitas vezes passar para a idade adulta.



Influências sociais – Reunir-se para uma refeição ou um evento social é uma ótima forma de aliviar o stress, no entanto também leva a excessos. É mais comum exagerar no que come quando está em grupo só porque há muita comida ou porque todos estão a comer e não quer ficar de parte.



Stress – Já percebeu que o stress o deixa com fome? Não é apenas psicológico. Quando o stress é crónico, como acontece muitas vezes com um dia-a-dia acelerado e caótico, o corpo produz altos níveis de hormonas do stress, o cortisol. O cortisol desencadeia o desejo por salgados, doces e fritos, alimentos que proporcionam uma explosão de energia e prazer. Quanto mais stress tiver na sua vida, maior será a probabilidade de recorrer à comida para obter alívio emocional.


Como ceder às tentações?

A fome emocional tende a ser automática e praticamente inconsciente. Antes de se aperceber, já devorou uma taça de gelado ou um pacote de batatas fritas, mas se puder parar e refletir quando sentir um desejo terá oportunidade de tomar uma decisão diferente. Pense: posso adiar por cinco minutos? Ou então comece por esperar um minuto. Não diga a si mesmo que não pode ceder ao desejo, apenas diga: espera mais um pouco. Enquanto espera, pense e questione-se: como é que me sinto emocionalmente? O que aconteceu para me sentir assim? Mesmo que acabe por comer entenderá melhor qual foi o motivo e isso pode ajudá-lo a se preparar para uma resposta diferente da próxima vez.



Aprenda a aceitar os seus sentimentos

Embora possa parecer que o problema central seja a sua impotência em relação à comida, a fome emocional na verdade resulta do sentimento de se sentir impotente perante as suas emoções. Não se sente capaz de lidar com os seus sentimentos de frente, então evita-os com a comida.

Permitir-se sentir emoções desconfortáveis pode ser assustador, mas na verdade, quando não ficamos obcecados ou reprimimos as nossas emoções, até os sentimentos mais dolorosos e difíceis desaparecem relativamente rápido e perdem o poder de controlar a nossa atenção. Para fazer isso, precisa de tomar consciência e aprender a manter-se conectado à sua experiência emocional em todos os momentos. Isto pode ajudá-lo a controlar o stress e resolver problemas emocionais que geralmente desencadeiam fome emocional.



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