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Obesidade: a principal causa da apneia do sono

Atualizado: 20 de fev. de 2019

O que é a apneia do sono?

A apneia de sono é uma doença comum cuja prevalência está associada à obesidade e afeta estimadamente cerca de 2% das mulheres e 4% dos homens da população geral.

É caracterizada por ser um distúrbio em que a respiração é interrompida de forma breve e repetida durante o sono. A apneia do sono ocorre quando os músculos da parte de trás da garganta não conseguem manter as vias aéreas abertas.


Sintomas da Apneia do sono

Os sintomas mais comuns são:

  • Ressonar alto

  • Paragem da respiração durante o sono (geralmente relatada por outra pessoa)

  • Acordar abruptamente com falta de ar

  • Acordar com a boca seca ou dor de garganta

  • Dor de cabeça matinal


Fatores de risco

Os fatores que podem aumentar o risco de ter apneia do sono são:

  • Excesso de peso – A obesidade está associada a alterações anatómicas que predispõem a obstrução das vias respiratórias superiores durante o sono.

  • Ser homem – aumenta 2-3 vezes mais o risco de desenvolver apneia de sono que as mulheres. Este risco está relacionado com as diferenças de distribuição de gordura no homem e na mulher, sendo que o homem tem mais tendência para a deposição de gordura central à volta do pescoço, tronco e zona abdominal.

  • Idade - Com a idade aumenta a tendência a acumular gordura visceral. Após a menopausa ocorre um aumento do risco nas mulheres.


Consequências da Apneia de Sono

A apneia do sono é caracterizada pela privação do sono e pela hipóxia intermitente que causam várias alterações cardiometabólicas no corpo. As principais consequências são:

  • Hipertensão ou problemas cardíacos – quedas repentinas nos níveis de oxigênio no sangue que ocorrem durante a apneia do sono aumentam a tensão arterial e sobrecarregam o sistema cardiovascular. Esta condição pode também aumentar o risco de ocorrência de ataques cardíacos, derrames e batimentos cardíacos anormais.

  • Resistência à insulina - que pode levar ao desenvolvimento da diabetes tipo II e doença cardiovascular.

  • Aumento do colesterol LDL e diminuição do HDL (bom colesterol).

  • Inflamação sistémica - devido ao aumento das citocinas pró-inflamatórias.

  • Aumento dos triglicerídeos no fígado – causado pela hipóxia intermitente.

  • Aumento do apetite - devido ao aumento da hormona grelina.

  • Diminuição da saciedade - a privação do sono inibe a produção da leptina, que é a hormona que dá sinal ao cérebro que estamos saciados.

  • Hipersonia – os repentinos despertares durante a noite fazem com que se torne impossível que tenha um sono regular e reparador. Isto irá provocar sonolência diurna grave, fadiga e mudanças de humor.


Tratamento mais eficaz na Apneia de Sono - Perda de Peso

O pilar do tratamento da apneia de sono é a perda de peso sendo que esta está associada à melhoria do funcionamento das vias aéreas superiores, marcadores cardiometabólicos e à diminuição da severidade da apneia.

Estudos demonstraram que uma redução de 10-15% do peso leva a aproximadamente uma redução de 50% da severidade da apneia do sono.

A perda de peso deve idealmente ser feita através da adoção de hábitos alimentares saudáveis e do exercício físico. Nos casos em que as estratégias de modificação de estilo de vida sejam insuficientes, poder-se-á ponderar a realização de tratamentos de obesidade menos invasivos como o balão intragástrico. Para além da perda de peso é também importante a cessação de hábitos tabágicos.



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